HISTÓRICO DO MUNICÍPIO
A formação do povoado teve início entre os anos de 1.943 e 1.944, os primeiros colonizadores que aqui se estabeleceram vinham em busca da riqueza, em especial às transações imobiliárias, agrícolas e comerciais. Entre os primeiros povoadores podem ser citados Pio Esteves Martins, que chegou em 1.945 e construiu o primeiro rancho. No dia 20 de Agosto de 1.945 foi efetuada a demarcação de lotes urbanos e rurais pelo Engenheiro Casimiro Leão, com a ajuda do Agrimensor Margarido. A terra fértil atraiu grande número de homens de negócios, fazendeiros e agricultores que iniciaram o progresso e desenvolvimento. Destacam-se entre outros João de Carlos, João Ferreira dos Anjos, José Climácio da Silva, Benedito Anacleto Resende, Pedro Gonçalves da Silva, Horácio P. da Silva - 1º vereador de Centenário do Sul, na Câmara de Jaguapitã.
Em 1.946, foi construída a primeira capela (que teve como Padroeira Nossa Senhora Aparecida) e logo após uma padaria e uma pensão. A primeira missa foi celebrada a 06 de setembro de 1.946 pelo Padre Luiz de Otam. A cultura cafeeira foi iniciada por Izidoro Ignotti, João Nicolau, Bruno e Maximiliano Stábile.
No ano de 1.947, entrou em funcionamento a primeira serraria administrada por Caetano Belenda, a qual impulsionou grande desenvolvimento a esta localidade. Em 10 de Outubro deste mesmo ano, Centenário do Sul foi elevada a Distrito Administrativo através da Lei Estadual nº. 02 em virtude da eleição de Jaguapitã a Município. Foram nomeados nesta data os senhores Antônio R. de Oliveira (Juiz de Paz), Isaac Cândido de Almeida (Sub-delegado), Alcides Faustino (Escrivão do registro Civil e anexos).
A primeira escola foi construída em 1.948, tendo como professoras as senhoras Maria Guimarães da Cruz e Olívia Esteves Martins.
Em 1.949, Centenário do Sul, já contava com um campo de pouso para aviões de pequeno porte. Entre os anos de 1.950 e 1.952 a energia elétrica passou a chegar no Distrito através de um gerador instalado na serraria do Sr. Manuel de Freitas. O primeiro vigário Padre foi Frei Francisco, chegou em 1951.
A rápida transformação de simples povoado a Distrito dos mais populosos e promissores fez com que fosse elevado a Município no dia 14 de Novembro de 1951, através da Lei Estadual nº. 790; atendendo a várias reivindicações de seus moradores desmembrando-se de Jaguapitã.
No dia 14 de Dezembro de 1952 foi realizada a instalação solene do Município com a posse do primeiro Prefeito, Sr. Afonso Belenda e da Câmara dos Vereadores, composta pelos Senhores: José Climácio da Silva, Olívio Francisco de Assis, Fuad Nacli, João Pereira dos Anjos, Francisco Brígido Dutra, Aldo Zanardo, Antônio Rodrigues de Oliveira, Esperidião Ribeiro e Arlindo Viana Xavier Filho. A instalação do Município coincidiu com a abertura de grandes fazendas: Fazenda Quem Sabe de Doutor Magalhães, Fazenda Carneiro de Waldomiro Carneiro, Fazenda Tabapuã de Jerônimo Inácio da Costa, Fazenda Ibianê de Antônio Junqueira, Fazenda Mont Serrat de Izidoro Ignotti, Fazenda Primavera de Hermes Faria de Macedo, Fazenda Água Vista Alegre de Pedro Domingos de Oliveira, Josafa Dantas Correira e João Garrido, Fazenda Água do Pito de Benjamim de Brito e José de Castro, e das famílias Takano e Enokida nas proximidades da Fazenda São Luiz de Milton Barrionuevo.
O primeiro veículo de aluguel era de propriedade do Sr. Ângelo Giansanti, um fordinho ano 29 que fazia o transporte de passageiros por estradas na maioria das vezes intransitáveis, este veículo foi alcunhado na época da chamada “política braba” de “Pé de Fuxico”.
Outro nome de destaque é Sr. Lineu Carlos de Souza Dias, um dos membros da Diretoria da Sociedade Amigos de Centenário, hoje denominada CENTENÁRIO ESPORTE CLUBE, que em 1949 possuía um serviço de auto-falantes, que por este meio de comunicação eram registrados os principais acontecimentos comunitários e o trabalho heróico dos pioneiros que desbravavam as terras nas aberturas das fazendas e estabelecimentos variados.
Do comércio local devem ser lembrados os primeiros comerciantes, como os Senhores Nicésio Ferreira Martins(da Pensão Mineira e Hotel Minas Gerais), Anacleto de Almeida(Pensão e Hotel Central). No comércio varejista destacam-se Lodomiro Nogueira(Casa de Calçados Nossa Senhora Aparecida), Mizael Gomes da Silva(Casa Sul América), Casa Ruela, Bazar Que Me Veste, Bar Paulista de Natal Coreza, Salão do João Jaca de João Natal e Manoel Gobeti, Escritório Bandeirantes de Deodato de Oliveira e Antônio Rodrigues Oliveira, a Pensão do Sargento Carlos Martins Costa, Serraria Regência de José Antunes, a Casa Verde, Casa das Fábricas entre muitas outras de grande valor prestativos a comunidade.
Os primeiros professores da cidade, que com suas nobres missões e muita dedicação trouxeram o conhecimento e o saber para as crianças e jovens da cidade, tais como as Srªs. Marocas, esposa de João dos Anjos, Maria Guimarães, Olívia, o Professor José e outros.
No setor de Saúde, o primeiro médico o Dr. Nestor Simões Pires formado pela Faculdade de Medicina da Bahia, posteriormente Dr. José Paulo Pimenta de Melo e o Dr. Salomão Yanhilevih, que vieram consolidar os excelentes trabalhos de assistência médica a população.
No ramo Farmacêutico: José Gurgel da Farmácia “Ânjo da Guarda” de Osvaldo Rocha Marques e também Júlio Libanio, Atílio Podestá e Ivan Restel que instalaram suas farmácias.
Na odontologia os trabalhos do Dr. Estevan Henrique de Carvalho, Walter Ferreira Coutinho e Plínio Rodrigues Lago os primeiros dentistas.
Na época haviam dois postos de gasolina, o Posto Texaco e Posto Esso. A cidade contava com dois cinemas, o Cine Centenário e Cine Graciema.
Outras pessoas participaram do desenvolvimento do Município; Américo Coelho(Funcionário Municipal), Domiciano Garcia Rosa(Agricultor), Alcides Borges do Amaral, Agripino Bráz(Comerciante), José Hesdorf(Gerente da Serraria Regente), Cândido Lopes(primeiro relojoeiro que ensinou seu ofício a Francisco Alves de Oliveira).
A origem do nome Centenário do Sul ao Município deve-se ao Engenheiro Casimiro Leão que assim denominou a localidade para indicar que ficava próximo do Ribeirão Centenário na parte Sul da Gleba.
Outros dizem que a origem de Centenário do Sul se deve ao fato que no ano de sua fundação, em 1952, o Sul do Estado comemorava o centésimo aniversário de emancipação de São Paulo.
CENTENÁRIO DO SUL - DEPOIS DA EMANCIPAÇÃO
Resultado do progresso de Centenário do Sul no decorrer da nova Administração O Município de Centenário do Sul, situa-se no vale do Paranapanema, Região Norte do Paraná e conta com 13.271 habitantes.
Com área de 393 Km2, o Município de Centenário do Sul, divide sua economia entre a Agricultura, com predomínio da cultura canavieira e a pecuária de corte, com extensas pastagens.
As características cafeeiras, que teve o auge na colonização, ficou quase extintas, provocadas pelas geadas registradas no Paraná, principalmente a de 1975, que erradicou o café na região.
Como alternativa, nesta época, a cotonicultura ganhou destaque. Mas a falta de incentivo de preços pelo Governo do Estado fez diminuir consideravelmente as áreas plantadas com algodão, cedendo espaço para a cana-de-açúcar. Toda a produção é transformada em açúcar e álcool na Usina Central do Paraná, em Porecatu. Parte da produção agroindustrial do Município é comercializada principalmente pelo entreposto da Cooperativa dos Cafeicultores de Porecatu(Cofercatu).
Mais uma vez o café começa a se expandir. Hoje a Prefeitura Municipal de Centenário do Sul, está incentivando o plantio do café. Há um grande interesse por parte dos agricultores, principalmente pelo café Adensado(Maior produção em menor área).
Para atendê-los a Prefeitura conta com um viveiro de 500.000 mudas de café. Já foram produzidas em nosso viveiro 2.500.000 mudas desde 1997. A Prefeitura, através de incentivo do Governo (PARANÁ URBANO), implantou em nosso Município a Vila Rural, que é projeto do Governo Estadual. A Vila Rural Vista Alegre, tem uma área total de 293.699,64 m2, divididos em 46 lotes, com 44 unidades habitacionais.
O comércio e as microindústrias geram a maior parte de ICMS. A outra parcela vem dos recursos dos Governos Estadual e Federal, destinados em sua maior parte à manutenção da Educação e da Saúde, que foram municipalizadas.
Para incentivar a Indústria em nosso município, a Prefeitura tem um "Parque Industrial" com área de 141.976,05 m2, em localização privilegiada na parte alta da cidade, contendo 07 Barracões Industriais, sendo que 01 é dividido em 15 boxes para instalação de microindústrias, que terão infraestrutura completa para o funcionamento das mesmas. O Município oferece ainda, Lei de Isenção Fiscal total de Tributos pelo prazo de 10 anos.
Quanto à Educação, A Secretaria de Estado da Educação e a Fundepar têm colaborado através de diversos programas, entre os quais o do Livro Didático, construção e reforma de escolas e merenda escolar.
A Prefeitura subsidia o transporte dos alunos da Zona Rural para as escolas da cidade.
Ao todo são 5.082 estudantes atendidos pelo programa; sendo que 2.843 das escolas municipais e 2.239 das estaduais.
Contamos com 11(onze) Escolas Municipais de 1ª à 4ª séries, sendo uma especializada em Educação Infantil.
Nosso Município conta com 2 (duas) Escolas Estaduais, onde uma oferece ensino de 5ª à 8ª séries e 2º Grau(Educação Geral). A outra só de ensino de 2º grau, oferecendo os Cursos de Magistério, Contabilidade e Técnico em Contabilidade.
Por mês são gastos um montante de 18.000,00 Reais, incluindo as despesas com pessoal, combustível e manutenção dos veículos . Para este serviço, não existe qualquer ajuda do Governo.
Em nosso Município há vários Conjuntos Habitacionais. Um deles Construído pela Cohab, não conseguiu ser totalmente ocupado. As poucas famílias que pretendiam as casas populares não conseguiram financiar a compra dos imóveis, pois o salário do trabalho no campo não atinge a renda mínima exigida pela Cohab. Ao mesmo tempo, um programa do Governo Estadual financiou a construção de casas no regime Mutirão, onde as famílias pagam 20% do salário mínimo por mês.
O Setor de Saúde está muito bem equipado. O hospital municipal conta com 34 leitos distribuídos em quatro quartos, três enfermarias, uma maternidade, uma pediatria e um raio X. Oferece ainda serviços de eletrocardiograma, ultra-sonografia e fisioterapia. Temos ainda o atendimento de uma Psicóloga e duas Assistentes Sociais.
O Município transporta pacientes para Londrina três vezes por semana, em um ônibus especial, para atendimento em hospitais conveniados com o SUS.
Através dos Postos de Saúde, a população carente tem acesso a medicamentos, na sua falta o fornecimento é feito através de aquisições em farmácias da cidade, devidamente credenciadas por licitação. Para reforçar a alimentação das famílias carentes, a Prefeitura distribui diariamente duzentos litros de leite de soja à 180 famílias devidamente cadastradas.
Apesar de todos os trabalhos realizados, a Prefeitura não conta com programas de incentivo ou desenvolvimento industrial no Município.
Apesar do café ter erradicado as matas, o Distrito de Vila Progresso mantém a Reserva Florestal de Ibicatu. A mata é o último remanescente de espécies nativas em meio a um “Oceano” de canaviais. No local, além de plantas, são abrigadas várias espécies de animais e aves em vias de extinção. É fácil encontrar jacu, porco do mato, cotia, capivara, anta e até algumas raças inexistentes anteriormente na região, que foram soltas após a criação do parque, como o lobo-guará, o sagüi e o tamanduá.
Esta reserva além de servir de habitat a alguns animais hoje quase extintos, serve ainda como área de lazer, onde muitas famílias nos finais de semana e feriados aproveitam para passar horas agradáveis e repousantes junto com os seus.
Centenário conta com uma área de lazer localizada às margens do rio Paranapanema denominada "Condomínio Pedra Preta", com 48.400 m2. O Condomínio possui 31 lotes residenciais e 01 lote de área comum.
HISTÓRICO DO DISTRITO DE VILA PROGRESSO - MUNICÍPIO DE CENTENÁRIO DO SUL
O Município começou a se desenvolver no início da década de 40, principalmente com o surgimento das fazendas cafeeiras. O Distrito de Vila Progresso, por exemplo, foi um grande centro comercial e conheceu o progresso, como o nome anunciava.
No bairro, cercado por florestas de peroba-rosa, habitavam mais de 30 mil pessoas. Ali concentrava um farto comércio com lojas de confecções, médicos e dentistas, cinco mercearias, vários bares, açougues e muita fartura.
Palco de um dos mais sangrentos conflitos armados que o Norte do Paraná já teve registro, o distrito de Vila Progresso, em Centenário do Sul, foi o pivô central da Guerra de Porecatu, no final da década de 40.
Pouco divulgada pelos livros de história, o conflito envolveu posseiros de terras, a quem o governo federal havia prometida áreas agrícolas caso desmatassem a região, grileiros que tentaram ocupar a região sem qualquer respaldo e os grandes fazendeiros.
Como o Governo Federal não concedeu os títulos definitivos aos posseiros, houve luta armada com os grileiros que tentaram se aproveitar da situação e os verdadeiros proprietários das terras.
Muitos fazendeiros conseguiram anexar terras dos posseiros às suas propriedades através de influência política, com o apoio dos Governadores da época.
Com o conflito generalizado, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) entrou na luta, aproveitando o clima criado. Diversos membros incentivavam o uso da força para que os grileiros tivessem um pedaço de terra.
A guerra de Porecatu envolveu os Municípios: Porecatu, Centenário do Sul, Guaraci, Jaguapitã, Florestópolis e Miraselva, nos conflitos armados.
O conflito se agravou com a entrada da Polícia Militar do Paraná. Intensas emboscadas com mortes, foram registradas e muitos comunistas e pequenos agricultores foram presos e torturados para que confessassem a sua participação. Com a repressão policial nos primeiros anos da década de 50, os comunistas abandonaram a região e se refugiaram em outros Estados.
Atualmente, poucas pessoas que foram testemunhas e ainda estão vivas, evitam comentar o assunto. Com o fim do Ciclo do Café, o êxodo rural provocou o esvaziamento do distrito. Hoje, pouco menos de 300 pessoas residem na região, a maioria bóias-frias na condição de itinerantes.
SIGNIFICADO DO NOME DO MUNICÍPIO
Etimologia: Centenário vem do latim “centenarium”, com referencia a data que encerra o numero cem (ABHF). Segundo o dicionarista Antonio Geraldo da Cunha o termo “centenário” designa adjetivo de cem anos.
do Contração de preposição “de” (posse), com o artigo masculino “o”.
Sul Vem do anglo-saxônico “suth”, através do francês “sud”, significando ponto cardeal que se opõe ao norte, designando ainda região situada ao sul (ABHF).
Origem Histórica. O povoamento do território do atual município de Centenário do Sul iniciou-se com a febre colonizadora que assolou o Paraná a partir da década de trinta. O nome da localidade é de referência geográfica, em função do Rio Centenário, que banha a região.
O que motivou a vinda de centenas de famílias para a região de Centenário, certamente foi a fertilidade do solo e a facilidade de aquisição de terras. Todos tinham em mente o cultivo do café, que na época se constituía em alto negócio. Este fator fez com que grande parte do fluxo migratório se assentasse nas proximidades do Rio Centenário, formando um patrimônio.
Em 10 de Outubro de Lei Estadual nº. 02, criou o Distrito Administrativo de Centenário do Sul, com território pertencente ao município de Jaguapitã. Através da Lei Estadual nº. 790, de 14 de Novembro de 1951, sancionada pelo governador Bento Munhoz da Rocha Netto, foi criado o município de Centenário do Sul, com território desmembrado do município de Jaguapitã. A instalação oficial ocorreu no dia 14 de Dezembro de 1952, com a posse do primeiro prefeito municipal, Sr. Afonso Belenda.
Fonte: Municípios paranaenses: Origens e significados de seus nomes
Autor: João Carlos Vicente Ferreira
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